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Um pouco do meu Eu lírico.

Obs: Esta é a primeira vez na vida que vou escrever um texto centralizado.

CIGARRO

I

Se você não sabe
o que escrever
fume…
antes que o cigarro apague.

Se você não sabe
o que fumar
escreva…
antes que a fumaça escreva seu destino

II

Se a centelha da criatividade
acendesse cigarros
eu seria
um isqueiro molhado

MISANTROPIA

Na pressa de partir
não consegui chorar letras
Resta diante da visão
ou do impacto
singela meta-poesia

Sou o ator
que detrás dos panos
assiste o teatro
de sombras
que o público
apresenta.

Transmuto vaias em aplausos…

SER POETA EM CURITIBA
Entre três dias nublados
entre as garoas desses dias
tão coitados,
o velho escritor pegou sua caneta.
(mas esqueceu de sacar a sua rima)

Caneta maior que essa província,
maior do que a dor do coração partido
ou reprimido
ou abandonado
ou mutilado.

Maior do que onde um dia houvera de ser
dos momentos que um dia irá de fingir.

Saca essa caneta!
Sabe muito bem, profeta da mediocridade
que apenas as palavras certas
atravessam os portais da eternidade.
(Mas não precisa rimar não! Ele jura que foi coincidência)

Afinal, o que vem a ser
poeta em curitiba?
Uma voz que ecoa no monólogo do idiota?
Palavras a serem vendidas no caminho dos negócios?

Eu ainda acho que os mosquitos gostam mesmo é de Stravinsky.

Categorias:Poesia
  1. 4 de março de 2010 às 02:55

    Ser poeta em Curitiba é pretender fósforos acesos de uma caixa encharcada.

  2. enfins
    11 de novembro de 2011 às 21:53

    Fingir faz parte da arte de se construir fantasias.

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